Desigualdade Social em Porto Alegre e a pandemia
Podcast Conexão Entrevista Tema: Desigualdade Social em Porto Alegre e a pandemia
Geana Krause fez entrevista com Márcia Loguercio, Terezinha Santos e Ana Jesus.
A Central Única das Favelas (Cufa), que possui filial em Porto Alegre alerta sobre as dificuldades de condições dos moradores que vivem na periferias, agravadas durante a pandemia do Coronavírus. A desigualdade social se intensificou, com o aumento do desemprego que atingiu a população de baixa renda. A falta de saneamento básico, postos de saúde, policiamento entre outros é agravado com o advento da pandemia. Parte da população não é atendida pelas ações implementadas pelo governo e recebem apoio de projetos sociais.
Enquanto o centro da cidade continua a ser revitalizado nos anos, a periferia de Porto Alegre luta pelos direitos básicos de higiene, alimentação, saúde e segurança. Onde as políticas públicas parecem não conseguir chegar. A falta da água, de assistência social, de saúde são realidades vivida por estas comunidades diariamente. Segundo Márcia Loguercio, professora da rede municipal e participante do Comitê Popular Contra o Coronavírus a Favor da Vida como representante do SIMPA, são as organizações sociais e entidades que estão auxiliando a população nesta crise e não o governo municipal.
A Cufa e demais organizações auxiliam os moradores com orientações sobre o coronavírus e alimentos. Os projetos sociais estão sendo um alento a estas pessoas em situação de precariedade. Em meio a crise, a solidariedade de grupos de voluntários suprem o que seria ser dever do Estado.
A periferia também sofre com a falta de trabalhos mais eficazes de conscientização sobre a importância do distanciamento social, e ao uso de máscaras. Pequenas residências com grande número de pessoas também aumentam os números de contaminados. Na cidade as diferenças se acentuaram com o surgimento do Covid-19, expondo ainda mais a desigualdade social. No centro e bairros mais nobres os números registrado por testagem estão aumentando. Enquanto na periferia não há testes que contabilizem os números de pessoas afetadas pelo coronavírus.
A líder comunitária Terezinha Santos percebe em sua comunidade a crescente perda de emprego dos moradores, que estavam na informalidade e por isto não recebem auxílio como seguro desemprego. Sua associação busca auxílio com colaboradores para ajudar as famílias, pois a ajuda recebida pelo poder público é insuficiente.
Apesar do benefício emergencial disponibilizado pelo governo, nem todos conseguem ser atendidos. A União de Vilas, identifica cerca de 500 famílias na sua base de atuação que estão “invisíveis” nos programas sociais municipal, estaduais ou federais. Ana Jesus pedagoga e voluntária no Cozinhar e Servir, projeto social que distribui alimentos à moradores de rua, observa um aumento no número de pessoas em estado de vulnerabilidade social. O projeto que existe a três anos tenta levar alento e conforto a estas pessoas, e agora com a pandemia o número de quentinhas entregues diminuiu, protocolos estão sendo usados, sendo repensando a forma como era distribuído evitando assim aglomerações.
O números de contaminados pelo Covid-19 aumentam a cada dia, bem como os que sofrem com as consequências econômica e sociais da pandemia. Muito são os gráficos e números apresentados, devemos ter em mente que cada número representa uma pessoa que pode estar sendo invisível aos olhos do governo.
Fonte:
A matéria e a entrevista foram publicadas originalmente no site Jornal Web Conexão O podcast é uma atividade realizada para o curso de Jornalismo da UNIFRAN.
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